quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Arquiteta Cláudia Titton apresenta história e possibilidades para IV distrito de Porto Alegre

Por Humberto Hickel


O IAB-RS recebeu na noite desta última quarta-feira (27/02) a arquiteta Cláudia Titton na palestra que apresentou sua pesquisa de mestrado intitulada “Reestruturação Produtiva e Regeneração Urbana: O caso do IV Distrito de Porto Alegre”, realizada na Universidade Presbiteriana Mackenzie.  A atividade fez parte do projeto "Ciclo Desafios Urbanos - 10 Pontos por um Projeto de Cidade", que pretende reforçar a importância de planejamentos para a capital.

Titton explicou que o IV distrito, segundo dados atuais da Prefeitura de Porto Alegre, é formado pelos bairros Floresta, Navegantes, São Geraldo, Humaitá, Farrapos e o Marcílio Dias, mais próximo da orla do Guaíba. A arquiteta conta que a região impulsionou o desenvolvimento econômico da cidade desde 1890, época em que surgiram os primeiros estaleiros construídos por imigrantes. “Este lugar tem forte influência alemã e de outros imigrantes europeus que conviviam. Assim, surgiram os primeiros clubes da, como por exemplo, os Gondoleiros”. A pesquisa apresentada no IAB-RS também evidenciou que nesta mesma época a administração da cidade também começou a construir vilas para operários, além do porto.  Já na década de 20, havia muitas fábricas na região, cada uma com cerca de 74 trabalhadores, que levou Porto Alegre a ficar em terceiro lugar na economia do país.

Cláudia Titton, por Humberto Hickel
A arquiteta também explicou que o IV Distrito sofreu várias enchentes, sendo que a de 1941 fez com que muitas indústrias abandonassem a região. Até os anos 40 eram visíveis muitas atividades de comércio, indústria e moradia. Depois disso, a região ficou restrita apenas como área industrial. “Foi o começo da decadência, ainda mais com retirada das linhas dos bondes da região”, disse Titton, explicando ainda que a decadência total veio nos anos 70 com total abandono e queda populacional. “A partir disso veio o processo de favelização”, lamentou.

Para Titton, hoje a região está de novo em evidência pela a administração municipal e empresas privadas. A arquiteta acredita que um dos maiores contrastes entre o passado e presente é saber que ali houve uma grande movimentação urbana e hoje podemos nos deparar com ruas desertas. “Mesmo que ainda não exista uma conexão com o restante da cidade, o IV Distrito está sendo novamente notado principalmente por ser próximo de rodovias, aeroporto, ferrovia, possuir conexões interurbanas e estar próximo ao Guaíba”, afirmou a arquiteta. Para ela, os principais problemas encontrados na região são as barreiras de circulação, viadutos, trama urbana, quarteirões grandes e cercados, além de muitos muros.

Cláudia Titton ainda apresentou novos formatos da cidade contemporânea concentrando-se na análise e no diagnóstico do contexto e nas potencialidades do IV Distrito, sempre buscando ilustrar a discussão teórica com experiências projetuais relevantes que colaboram para compreensão do público.


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